Sesi-SP faz parcerias com rede pública para reforço escolar

12 - 07 - 2022- Outras Cidades

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O Sesi-SP (Serviço Social da Indústria de São Paulo) oferecerá gratuitamente à rede pública de ensino paulista o Programa Emergencial de Educação Pós-Pandemia, com o início das atividades previsto para agosto de 2022. Em andamento, as tratativas com as prefeituras já somam 321 parcerias assinadas. Somente na região de Franca, Ribeirão Preto e Sertãozinho, são 30 acordos assinados, que irão beneficiar 125 escolas. 

Na região, entre as cidades que aderiram estão Itirapuã, Ituverava, Patrocínio Paulista, Pedregulho, Restinga, Ribeirão Corrente e São José da Bela Vista. A Prefeitura de Franca não aderiu ao programa, segundo a assessoria do Sesi. O Jornal Verdade questionou as razões pela não adesão ao programa na última sexta-feira, mas até o fechamento desta matéria não obteve resposta. 

O programa consiste na formação de professores da rede pública para uma atuação personalizada junto aos estudantes, dividido em duas frentes: professores do 1º ao 5º ano, para consolidação da alfabetização; e professores do 6º ao 9º ano, com foco na elevação dos índices de proficiência em Língua Portuguesa e Matemática.

O Sesi-SP oferecerá um semestre letivo de atendimento por meio de seus analistas técnicos educacionais. Ao todo serão 80h de formação com acompanhamento de resultados, no atendimento presencial, direcionado às escolas de cidades com até 100 mil habitantes. Este universo representa 90% do total dos 645 municípios do estado de São Paulo. Os outros 10% maiores participarão do programa na modalidade remota, com carga horária de 40h.

Além da formação, os professores terão acesso a material didático, fórum de dúvidas, conferências e certificado ao final do programa. As soluções educacionais já testadas e aprovadas na rede Sesi-SP serão adequadas às necessidades e realidades específicas, com o mesmo padrão de qualidade, dentro da própria estrutura das escolas públicas das cidades e do estado.

A adesão da prefeitura acontece a partir da assinatura de contrato de Acordo de Cooperação Técnico-Científica e sem repasse financeiro. 

Reflexos

Os impactos negativos da pandemia atingiram de maneira generalizada a educação brasileira. O Estado de São Paulo possui cerca de 36% do total de matrículas no Brasil, com cerca de 2,3 milhões de alunos frequentando o Ensino Fundamental. Nos resultados do SARESP (diagnóstico do rendimento escolar no estado), com referência a 2019, o recuo foi de 8,5% – 216,8 para 198,2 – em Língua Portuguesa e 9,1% – 231,3 para 210,2 – em Matemática.

Os maiores prejudicados foram os mais vulneráveis das escolas públicas, por conta da falta de recursos e de infraestrutura. Milhões de estudantes sequer tiveram acesso às aulas remotas, ampliando o abismo educacional existente no país.

A distância começa logo no início da vida escolar. Na rede pública, onde estudam mais de 80% das crianças e adolescentes, apenas 23,4% dos alunos apresentam nível suficiente de leitura na alfabetização, contra 68,2% na rede privada, segundo Anuário Brasileiro de Educação Básica de 2021.

O prejuízo na alfabetização das crianças é evidenciado em Nota Técnica publicada pelo Todos Pela Educação. Entre 2019 e 2021, houve um aumento de 66,3% no número de crianças de 6 e 7 anos de idade que, segundo seus responsáveis, não sabiam ler e escrever. 

Apesar dos constantes esforços para melhorar o ensino público, as diferenças seguem por todo o Ensino Fundamental. E, nos últimos anos desta etapa, os impactos gerados pelas consequências da pandemia não foram menores: na comparação com um estudo feito em 2019, os novos dados mostram que os estudantes do Ensino Fundamental precisam crescer em conhecimento três vezes mais em Língua Portuguesa e 11 vezes mais em Matemática, para alcançar os antigos alunos.

“Nas escolas do Sesi-SP cerca de 97% dos alunos concluem o Ensino Médio. Na escola pública são apenas 50%. Não podemos achar que perder metade dos jovens no percurso é normal. Este é um problema de toda sociedade e só terá solução se unirmos forças e trabalharmos juntos. E é isso que pretendemos fazer por meio desse programa, levar as soluções educacionais do Sesi-SP para as escolas públicas de São Paulo”, explica o presidente do Sesi-SP, Josué Gomes da Silva.

O Sesi-SP acredita que a Educação é o pilar principal do desenvolvimento social e econômico. Um estudo publicado pelo Banco Mundial, com países da América Latina e do Caribe, alerta para o impacto causado pelo atraso na alfabetização que afetará uma geração até a vida adulta. A projeção do prejuízo é de até 1,7 trilhão de dólares em produtividade.

Programa Emergencial de Educação

Diante deste cenário, o Sesi-SP se compromete a atuar ativamente no auxílio das Redes Públicas de Educação, dos municípios do Estado de São Paulo, para superar os desafios provocados pela pandemia, oferecendo programas de apoio 100% subsidiado, em alinhamento com a Resolução SEDUC n°13, de 9-2-2022, da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, que trata sobre as aulas e reforço, e metas do Plano Nacional de Educação.


Fonte - Verdade On
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