Dezenas de pessoas participaram na manhã desse domingo, 04, no estacionamento do Parque de Exposições “Fernando Costa”, da ‘Caminhada pelo fim da violência contra mulheres e meninas’, em Franca. A ação global, organizada pelo Grupo Mulheres do Brasil, aconteceu em pelo menos 150 cidades espalhadas pelo Brasil e o mundo. Em Franca, a iniciativa contou com a participação de Luiza Helena Trajano, presidente e fundadora do Grupo.
“Fiz questão de estar aqui e participar desta ação por que Franca é uma das cidades que mais mata mulheres e não podemos aceitar isso. Tenho uma meta comigo para que daqui quatro anos não tenhamos violência contra mulheres em nenhuma cidade do mundo”, disse Luiza Helena Trajano.
Durante a ação, que contou com diversas apresentações culturais, autoridades ligadas aos setores que trabalham contra a violência praticada contra mulheres e meninas falaram sobre a necessidade do ato e como a conscientização pode salvar vidas.
A delegada de Polícia Juliana Paiva, atualmente responsável pela Delegacia da Mulher, falou sobre a importância de uma rede de apoio para garantir que as mulheres e meninas vítimas de violência possam se libertar. “Não estamos falando apenas de violência física, mas moral, psicológica, patrimonial e sexual que, infelizmente, atinge muitas crianças. Uma rede de apoio forte é fundamental para quebrarmos esse ciclo.”
Integrantes da Patrulha Maria da Penha, os cabos Elizabeth e Tales falaram sobre os resultados do serviço desenvolvido pela patrulha. “A Patrulha foi criada há dois anos e hoje em Franca atuamos assim que a medida protetiva chega. Encaminhamos as vítimas para os centros de apoio. E tenho muita alegria em dizer que durante esses dois anos não tivemos nenhuma morte”, explicou a cabo Elizabeth.
Entre as participantes da ação estava Mila Gonzales, mãe de Thábata Gonzales, assassinada no dia 18 de novembro do ano passada, pelo ex-marido o policial militar Douglas da Silva Teixeira. “A dor que sinto é imensurável e não quero que nenhuma mãe sinta essa dor. É algo que a gente nunca espera…”, disse.
Um painel em homenagem às vítimas francanas de feminicídio foi confeccionado e vai percorrer diversos pontos da cidade. Participantes da Caminhada pelo fim da violência contra mulheres e meninas assinaram o painel e prestaram sua solidariedade.