A recente descoberta de 283 fósseis de dinossauros transformou Uberaba, cidade a 125 quilômetros de Franca, no maior sítio paleontológico urbano do Brasil”: a afirmação é do geólogo da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) e do Complexo Cultural e Científico de Peirópolis (CCCP), Luiz Ribeiro.
Nestes últimos 15 dias o CCCP e Museu dos Dinossauros, localizados em Peirópolis (bairro rural de Uberaba) receberam os quase 300 fósseis incrustados em mais de 250 blocos de rochas, localizadas durante todo o ano passado nas obras de construção do Conjunto Habitacional Tamareiras; nesse local 467 casas populares estão sendo construídas.
80 milhões de anos
Esse material totalizou quase uma tonelada de rochas da Formação Uberaba, datadas de 80 milhões de existência, informou o jornal Correio Braziliense.
“A descoberta foi realizada pela GEOPAC Consultoria Ambiental. O processo de monitoramento nesse local teve início em fevereiro de 2022, tendo sido movimentados milhares de toneladas de rochas até dezembro. O trabalho de acompanhamento paleontológico deve estender até o primeiro trimestre de 2023”, contou o geólogo.
“Há materiais cranianos, fósseis bastante articulados de esqueletos de pequenos organismos que demandarão muito tempo e trabalho para retirá-los das rochas”, complementou.
Variedade de formas de vida
“A grande novidade nesse achado, além do volume extraordinário de fósseis, é a pluralidade de formas de vida. Até onde se pode constatar, ainda de maneira ainda muito preliminar, compreende uma fauna atribuída a dinossauros herbívoros, lagartos, crocodyliformes, possivelmente rãs e conchas de moluscos de água doce.
Sem dúvida é a mais importante descoberta já realizada dentro da cidade de Uberaba em face à pluralidade de grupos fósseis, em uma única localidade”, destacou o geólogo.